Por qual razão muitos hoje estão na igreja e não conseguem mais brilhar como Deus quer?
“Mas
o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor”
(Mat.25:18)
A parábola
dos talentos contada pelo Senhor Jesus é uma das mais lindas ilustrações acerca
de princípios do reino de Deus, em relação ao serviço que prestamos a Ele,
antes de sua volta. Fala de oportunidades, privilégios e mordomia em relação a
sua obra.
Jesus se
auto-representa na parábola como um dono de terras que tem que se ausentar e
confia a serviçais o trabalho em sua propriedade. Note que o trabalho é feito
sem nenhuma fiscalização do patrão. Somente no final é que haverá o acerto de
contas. A eles caberia trabalhar com toda a liberdade: “...Negociai até que
eu venha” (Luc.19:13).
Isso fala da
liberdade que cada um de nós temos para trabalhar aqui. Aparentemente não há
uma fiscalização. Cada um de nós faz do jeito que entendemos que deve ser
feito.
Reino de Deus ou Reino dos Homens – Ouvi
dias desses de um obreiro frustrado com a conduta de homens desleais na obra de
Deus, que infelizmente tudo na igreja não passa de reino humano, pois mesmo o
Senhor vendo tantas coisas erradas acontecendo, ele permite e não intervém. Eu
disse a ele que a obra é de Deus, independente dos homens que estão à frente,
mas o acerto de contas de nossa mordomia e trabalho, será mais à frente. Por
enquanto, continua esse “vale tudo” inescrupuloso de pessoas que tem visão de
trono e não de reino.
Enfocando o
Menor
Jesus fala de três servos que receberam os talentos, segundo sua capacidade
pessoal. Eram pessoas que certamente tinham a confiança irrestrita do seu
senhor. Um recebeu cinco, outro dois e outro um, com toda a liberdade de
usa-los como quisessem.
O que recebeu
cinco, não titubeou, e saiu em busca de um retorno à confiança de seu senhor,
da mesma forma fazendo o que recebeu dois. Mas o enfoque maior fica para o
primeiro, e Jesus fez questão de destaca-lo negativamente:“Mas o que recebera
um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor” (Mat.25:18).
O erro maior foi aquele trabalhador ter
recebido os bens do seu senhor e negligenciado. Quantos jornaleiros não
gostariam de estar no lugar daquele homem, mas o privilégio foi dado e ele, e
por isso, seu senhor não conseguiu entender o seu desdém para com o talento
recebido, pouco na verdade, mas era sua capacidade para aquilo (Mat.25:15).
Tentaremos
nos colocar no lugar daquele homem, e analisar o por que, e por quais razões
ele perdeu a oportunidade de ser um legítimo representante dos bens do
empresário, que, diga-se de passagem, deixou aos cuidados dos trabalhadores
suas terras, partindo para bem longe e demorando-se a voltar: “E muito tempo
depois, veio o Senhor daqueles servos e ajustou contas com eles”(Mat.25:19).
Tenhamos cuidado como cuidaremos das coisas do Senhor Jesus na sua ausência,
ainda que a priori, pareça que Ele está demorando a voltar (Hab.2:3, Mat.25:5,
Luc.12:45).
Mas por que ele enterrou o talento recebido?
Eis algumas razões:
1)Não
valorizou o que recebeu
Subestimou o talento recebido. Os
recursos eram poucos e por isso julgou ele, desnecessário seu uso. Quem menos
tem, passa por um processo de autocomiseração. Acham-se diminuídos e
fragilizados ante a força do sistema, e por isso, se julgam sem nenhum valor
perante os mais graduados em dons e talentos.
Talentos e
dons são para serem usados independente de quantidade, pelo contrário, ainda
que pouco, temos que empregar maior qualidade possível em seu uso.
Temos a
tendência sempre de subestimarmos nossos poucos e parcos recursos por entender
que quem tem mais, possui obrigações maiores. Mas o princípio divino do serviço
do Reino revela-nos que nossas obrigações são iguais, independente de quanto temos
ou fazemos.
2) Não achou lugar para usa-los
Na
justificativa que ele deu ao seu senhor, no acerto de contas, isso fica bem
claro: “...Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não
semeaste e ajuntas onde não espalhaste”(Mat.25:24). Veja que ele enterrou o
talento quem sabe na estranha esperança que ele germinasse, brotasse e enfim
frutificasse, e quando viesse o senhor das terras ele teria algo em contrapartida. Errou
feio, pois dons e talentos não nascem de semeaduras, pelo contrário, recebe-se
das mãos de Deus (Tg.1:17) e tem que ser desenvolvidos por nós mesmos. Depende
100% de cada um de nós.
Na resposta
dada pelo dono da terra ficou claro que ele não aceitou o enterro do talento: “...devias
então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e , quando viesse, receberia o
que é meu com os juros” (Mat.25:27). O
senhor estava dizendo que talentos semeados não nascem da terra, mas podem ser
acrescidos nas mãos de banqueiros. Banqueiros aqui simbolizam obreiros que
sabem dar chances a quem tem talentos, pelo menos os juros chegarão as mãos do
Senhor.
No afã de achar um uso para o bem
recebido, quem sabe o homem disse consigo mesmo: “Vou enterra-lo. Quem sabe ele
nasce”. Errou, pois o talento não nasceu e nada tinha a ser colhido do talento
escondido. O que ele queria dizer com o enterro do talento, é que não havia um
lugar plausível para usa-lo.
Este é o
problema maior de muita gente hoje, esquecem-se que o Senhor Jesus dá a todos
nós, seus preciosos dons e talentos, para um uso útil: “Mas a manifestação
do Espírito é dada a cada um para o que for útil”(I Cor.12:7).
Ama, não
inutilize seus (ou seu) talentos. Encontre lugar para usa-lo onde quer que
seja. Não o enterre alegando falta de oportunidade, pois em algum lugar no
reino, haverá uma utilidade a altura do seu talento, a você compete apenas
achar esse lugar. Ore a Deus, Ele irá revelar a você, o que o Senhor não quer e
no seu retorno encontrar seus dons e talentos enterrados e sem uso. Cuidado,
pois não encontrarás uma desculpa razoável diante Dele. Isso pode comprometer
até mesmo sua salvação (Mat.25:30)
Ps: Se tiver
que mudar de igreja para ser útil ao Reino, ore a Deus e não pense duas vezes,
pois não estarás pecando. Pecando estarás se continuar inútil ao Reino.
3)
Tinha visão errada do seu senhor e se relacionava mal com ele
“...Conhecia-te
que és um homem duro...”. Que pensamento mais tolo. O pobre
mordomo imaginava seu senhor como um tirano, um déspota insensível que só
pensava em castiga-lo se falhasse. Se o empresário fosse assim tão frio e
insensível como imaginava seu funcionário não teria deixado eles à vontade com
seus bens a mercê dos mordomos.
Infelizmente,
hoje no Reino de Deus, muitos estão parados em relação a talentos e dons
exatamente por não conhecer seu Senhor na intimidade e por não se relacionar
bem com Ele. Relacionam-se baseados no que ouvem por bocas alheias e naquilo
que aprendem de terceiros e não por experiência pessoal.
Amado de Deus
é hora de buscarmos algo mais profundo com Deus, e assim, descobrir o que Ele
quer de nós em relação a seu reino aqui na terra.
4) Preferiu a
Neutralidade
Aquele
homem pensou que enterrando o talento recebido, ficaria neutro e não precisaria
nem se desculpar em relação a seu senhor. Ele entenderia sua preferência pela
neutralidade e não cobraria dele o não uso do talento, afinal, era só um, e não
faria falta a seu senhor. Mas neutralidade, "murismo", indecisão são
coisas que estão fora do dicionário divino. Quem assim procede, mais cedo ou mais
tarde irá atrair para si a ira do Senhor.
Não tem
nenhuma desculpa amado de Deus, para você deixar de usar os dons e talentos que
Deus lhe deu. Afinal, alguma coisa você sabe fazer para Ele. Não importa o que.
Procure seu lugar no Reino de Deus.
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